sexta-feira, 18 de abril de 2008

MEMÓRIAS






12 de Agosto







No dia 12 de Agosto,
Fomos dar um passeio.
Fomos pela Lomba acima
Direitinhos ao Cruzeiro!



Quando chegámos à raia
A estrada era melhor.
Logo vimos o sinal
Para a Quinta do Major!



Seguimos, então em frente...
Mais abaixo à direita
Dali a poucos quilómetros
Já estávamos na ribeira!



Depois de ter chegado
Áquele Lugar Sagrado
Fomos logo comer
Um "jantar" bem preparado!



Acabámos de comer,
Todos ficámos melhor...
Mas que bem soube o jantar
Cá na Quinta do Major!



Fomos tirar os sapatos
Para molharmos os pés
Naquela água Sagrada
Que nos deu saúda até!



Fomos depois passear,
Cada qual para onde queria
Enquanto chegou a hora
Para vir por aí acima.



Mas que dia tão curto

Neste 12 de Agosto.

Peço a Deus e a Santo António

Que para o ano nos dê outro!



Viemos, seguindo à frente

Ao cimo do Olival,

Vimos a casa tão linda

Só não vimos o Lagar!



Fomos visitar a Fonte,

E beber uma pinguinha!

Mas que "águinha" tão fresquinha,

E tão bem "encanadinha"!



Belos tempos eram estes

Quando eu por aqui andava,

Se me agarro nessa idade...

Ainda nada me importava!



Boa idade, e linda Terra,

E tempo que já lá vai...

Essa idade e esse tempo

Para mim não voltam mais!



Não sei enquanto passa o tempo,

Nem enquanto "abaixa" o sol,

Estamos a dar a despedida

Cá na Quinta do Major!



Já tenho o coração triste

E os olhos a chorar,

Até a minha cadela

Já não quer de cá "abalar"!



Vamos subindo o Picoto

Que parece pão e mel.

Ainda vamos visitar

A Malhada do Abrunhel!



Aqui é o Abrunhel

Que é um lindo paraíso.

De trás daquele barroco

Fica o Ribeiro do Guiso.




Por favor eu peço a Deus

também à virgem Maria

Para nos dar muita saúde

Para aqui virmos toda a vida.



Cunhado vira a carrinha

Quero dar a despedida.

Ainda agora estava bem

Já me está a doer a barriga!



Agora vamos ao alto

Ao caminho de Penamacor.

Tanto trabalho que aqui passei

Mesmo assim lhe tenho amor.



Seguimos a Lomba "acima"

Até chegar à ventosa,

Nunca pensei que tivesse

Uma casa tão famosa!



Tinha janelas de vidro

E varanda de madeira;

Fomos para a sombra da casa,

Comer a nossa merenda!



Acabámos de comer,

Mesmo a uma linda hora

Adeus, Quinta da Ventosa

Que já temos que ir embora.



Arrumámos as coisinhas

E dobrámos os paninhos;

Agora vamos daqui,

Passar aos "Três Caminhos"!



Ao chegar aos "Três Caminhos"

Veio um grande "valborinho";

Levou a pala ao meu irmão

Para fora do caminho!



Agora estamos chegando

à sorte que é cimeira;

O que vou a explicar,

Passou-se desta maneira.



Acreditem meus Senhores

Do meu dia de inspeção,

Só cheguei do Sabugal

Vim para aqui, ceifar o pão!



Como eram esses tempos

Que a gente por aqui passava...

Só deixei esses trabalhos

Quando fui acentar praça.



Quando cheguei a Viseu, tanto que eu ali chorava;

Lembravam-me esses trabalhos

Que eram duros,

mas eu gostava!



Respondeu-me o Comandante

Porque choras assim tu???

Lembra-me o Pai e a Mãe

Que os deixei naquela cruz!



Agora vamos a ter

Ao Alto do Alcambor!

Digo adeus à sorte Cimeira,

E também ao Espigal...



Vamos agora à Lomba

Apanhar o mesmo caminho.

Iremos deixar o da Raia,

Iremos para Vale de Espinho!



A chegar a Vale de Espinho,

Deu as seis horas da tarde.

Agradeço a esta gente

Que me fez esta vontade.



Obrigado ò minha mãe,

minha mulher e meus filhos;

Também meus irmãos,

Meus cunhados e sobrinhos!



Levei minha cadela

Connosco a passear,

Mas também levei uma cabra

Para o Lobo lá provar!



Mas que passeio tão bom,

Que até o lobo comeu.

O jantar desse lobo

Quem o pagou, fui só eu.



Foi um dia de alegria,

Que ali ninguém ficou mal.

Saúdinha e boa sorte,

Até para o ano, ó pessoal!



Agora sou eu o actor,

José Manuel Fernandes Andrade.

Natural de Vale de Espinho

Do concelho do Sabugal!



Agora viva o actor,

Viva com muita alegria.

Quero que vivam tão bem

Todos os patrões da Quinta.



Vou agora terminar

Com esta minha ilusão.

Se eu não viesse a esta terra,

Eu morria de paixão.



Cda vez que eu vou à quinta

Ninguém sabe essa alegria.

Recordarem os meus tempos

Que ali passei toda a vida!!



Agora vou-me despedir

Com os olhos cheios de lagrimas!

Abraços a toda a gente,

Que vai ler estas palavras.



Desejo muita saúde

E que haja paz em tudo!

Agora para a despedida

Obrigado a todo o Mundo.



...mas muito obrigado!!
































































Nenhum comentário: